Rússia proíbe fundação de Elton John por apoio à comunidade LGBTQIA+

Em 3 de abril de 2025, a Procuradoria-Geral da Rússia declarou a Elton John AIDS Foundation (EJAF) como uma “organização indesejável”, proibindo suas atividades no país. As autoridades russas acusam a fundação de promover “relações sexuais não tradicionais”, “modelos familiares ocidentais” e “transições de gênero”, alegando que tais ações contrariam os valores espirituais e morais tradicionais da Rússia.

Impacto nos esforços de combate ao HIV na Rússia

A EJAF, estabelecida em 1992 por Elton John, tem financiado programas de tratamento contra o HIV em diversos países, incluindo a Rússia. Com mais de 1,2 milhão de pessoas vivendo com HIV na Rússia e aproximadamente 430 mil sem acesso a tratamento adequado, a decisão de banir a fundação pode prejudicar significativamente os esforços de prevenção e tratamento da doença no país.

Acusações adicionais e contexto político

Além das acusações relacionadas à promoção de valores ocidentais, a Procuradoria-Geral russa afirmou que a EJAF participou de campanhas para desacreditar a Rússia desde o início da guerra na Ucrânia em 2022. Essa medida ocorre em um contexto de crescente repressão às organizações não governamentais e à comunidade LGBTQIA+ na Rússia, que tem sido alvo de leis e políticas discriminatórias nos últimos anos.

Resposta da Elton John AIDS Foundation

A EJAF expressou profunda consternação com a decisão das autoridades russas, destacando que, por mais de duas décadas, colaborou com parceiros federais e não governamentais na Rússia para fornecer serviços essenciais de HIV, incluindo testes, tratamento e cuidados, beneficiando centenas de milhares de pessoas. 

Elton John, que é abertamente homossexual, tem uma relação tensa com o governo russo devido às políticas do país em relação à comunidade LGBTQIA+. Em 2019, o cantor criticou a censura de cenas de sexo gay em sua cinebiografia “Rocketman” na Rússia, considerando a atitude como “ridícula”.

A proibição da Elton John AIDS Foundation na Rússia representa um retrocesso significativo nos esforços de combate ao HIV e na promoção dos direitos da comunidade LGBTQIA+ no país. A decisão reflete as crescentes restrições impostas pelo governo russo a organizações que promovem valores considerados contrários aos princípios tradicionais defendidos pelo Estado.