Rui Maria Pêgo – Identidade, desafios e a busca por um caminho autêntico

Rui Maria Pêgo Identidade, desafios e a busca por um caminho autêntico

Nascido em janeiro de 1989, em Lisboa, Rui Maria Pêgo sempre foi uma criança curiosa e cheia de imaginação. Fascinado por dinossauros e pelo universo de Harry Potter, chegou a criar uma escola de magia online aos 13 anos — um sinal precoce de sua criatividade sem limites.

Outro grande interesse de sua infância era a história de Portugal. Ele sabia o nome de todos os reis do país e, em um momento de ingenuidade infantil, declarou para a mãe que queria ser monárquico. O motivo? Acreditava que na monarquia “não havia corrupção”. Uma visão que, com o tempo, foi ficando mais complexa, assim como sua percepção sobre o mundo ao seu redor.

Até o sexto ano, foi um aluno exemplar. Mas a adolescência trouxe desafios mais profundos, principalmente dentro do ambiente escolar conservador onde estudava.

Crescer LGBTQIA+ em um ambiente conservador

Ser um jovem LGBTQIA+ em Portugal nos anos 2000 significava, muitas vezes, aprender a sentir vergonha de si mesmo. Rui estudou nos Salesianos de Lisboa, uma escola católica tradicional, onde os conceitos de certo e errado eram rigidamente impostos. A falta de representatividade e o medo do julgamento tornavam a jornada de autodescoberta ainda mais difícil.

A adolescência foi um período de dúvidas e inseguranças, mas também de resistência. Aos poucos, ele foi encontrando maneiras de se expressar e de afirmar sua identidade, mesmo diante das barreiras impostas pela sociedade e pelo sistema educacional.

Entre a história, o teatro e a comunicação

Os pais sonhavam que ele seguisse Direito, mas Rui preferiu trilhar outro caminho. Formou-se em História, mas sua verdadeira paixão sempre esteve na comunicação e no teatro. O palco e o microfone foram suas armas para se expressar e contar histórias que importam.

Aos 32 anos, decidiu dar um passo ainda mais ousado: mudou-se para a Inglaterra para estudar na Bristol Old Vic Theatre School, uma das escolas de teatro mais prestigiadas do mundo. A experiência internacional expandiu seus horizontes e solidificou sua vocação artística.

O peso (e a vantagem) de um sobrenome famoso

Filho dos comunicadores Júlia Pinheiro e Rui Pêgo, Rui Maria Pêgo cresceu sob os holofotes. A visibilidade familiar abriu portas, sim, mas também trouxe julgamentos implacáveis. Ser “filho de” significava ter que provar o tempo todo que seu talento era real, que seu espaço era merecido.

Mas Rui não deixou que isso o definisse. Construiu um caminho autêntico, sem se esconder atrás do nome da família. Tornou-se uma voz importante na comunicação e no teatro, sempre trazendo reflexões sobre identidade, representatividade e liberdade.

Sua trajetória é prova de que, mesmo em meio a desafios, é possível se reinventar e transformar obstáculos em oportunidades. Hoje, Rui Maria Pêgo continua fazendo o que ama: contando histórias que fazem a diferença.

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