Em janeiro de 2025, um trágico acidente aéreo em Washington, D.C., resultou na morte de 67 pessoas quando um helicóptero militar colidiu com um avião comercial da American Airlines. Em meio ao luto nacional, a piloto transgênero Jo Ellis foi erroneamente identificada como responsável pelo desastre por Matt Wallace, um influenciador de direita com mais de 2 milhões de seguidores na plataforma X (antigo Twitter).
Wallace publicou uma série de postagens alegando que Ellis pilotava o helicóptero envolvido no acidente, chegando a insinuar que se tratava de um “ataque terrorista trans”. As publicações, que incluíam fotos de Ellis, rapidamente viralizaram, com uma delas alcançando 4,8 milhões de visualizações. Apesar de posteriormente deletar os posts, Wallace continuou a disseminar a falsa narrativa, agravando a situação.
Diante das acusações, Ellis divulgou um vídeo em sua página no Facebook em 31 de janeiro de 2025, desmentindo qualquer envolvimento no acidente e criticando a politização da tragédia. Ela expressou solidariedade às famílias das vítimas e anunciou que qualquer compensação financeira obtida com o processo seria doada a elas.
Em 9 de abril de 2025, Ellis entrou com uma ação judicial por difamação contra Wallace, alegando que ele “conduziu uma campanha destrutiva e irresponsável” contra ela. A piloto destacou que, embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, é necessário responsabilizar aqueles que a utilizam para propagar desinformação e causar danos a terceiros.
O acidente, considerado o pior desastre aéreo nos Estados Unidos em mais de duas décadas, envolveu um voo da American Airlines proveniente de Wichita, Kansas, que colidiu com um helicóptero militar durante a aproximação ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan. Todos os 67 ocupantes das aeronaves faleceram. As investigações iniciais apontaram falhas na comunicação entre as tripulações e o controle de tráfego aéreo, além de destacarem a ausência de liderança efetiva na Administração Federal de Aviação (FAA) como um fator crítico.
O então presidente Donald Trump atribuiu a responsabilidade pelo acidente às políticas de diversidade implementadas por administrações anteriores, alegando que tais programas comprometeram a segurança aérea. Essas declarações foram amplamente criticadas por especialistas e ex-membros do governo, que ressaltaram a falta de evidências para sustentar tais afirmações e destacaram a importância de uma investigação imparcial e baseada em fatos.