Patrocinadores Abandonam Marchas do Orgulho LGBTQIA+ no Canadá

Recentemente, diversas corporações que atuam tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos decidiram cessar o patrocínio às marchas do Orgulho LGBTQIA+ em território canadense. Essa decisão está diretamente relacionada às políticas do governo de Donald Trump, que tem promovido o desmantelamento de programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) nos Estados Unidos.

Kojo Modeste, diretor-executivo do Pride Toronto, um dos maiores eventos LGBTQIA+ da América do Norte, expressou preocupação com essa tendência. Ele destacou que as empresas estão receosas de serem vistas pelo governo Trump como apoiadoras dos direitos LGBTQIA+, o que poderia resultar em retaliações ou perda de contratos nos EUA. Embora Modeste não tenha especificado quais patrocinadores se retiraram, ele enfatizou que essa atitude é uma resposta direta às políticas atuais dos EUA.

A administração Trump tem implementado uma série de medidas que afetam negativamente as iniciativas de DEI. Entre elas, destaca-se a demissão em massa de aproximadamente 30.000 funcionários federais envolvidos em programas de diversidade. Além disso, empresas que mantêm contratos com o governo federal estão sendo pressionadas a descontinuar suas iniciativas de inclusão. Embora uma decisão judicial temporária tenha bloqueado a proibição total dos programas de DEI, muitas organizações já começaram a reduzir ou eliminar esses departamentos, temendo possíveis repercussões.

No Canadá, o impacto dessas políticas também é evidente. Empresas como a Shopify, sediada em Ottawa, desmantelaram equipes dedicadas à equidade e encerraram programas voltados para empreendedores indígenas. Especialistas apontam que algumas corporações estão priorizando economias de curto prazo em detrimento dos benefícios a longo prazo que a diversidade traz, como inovação e maior adaptabilidade em crises.

A redução no financiamento das marchas do Orgulho LGBTQIA+ pode afetar a amplitude e a qualidade desses eventos, que são cruciais para a visibilidade e o apoio à comunidade. Há um temor crescente de que essa tendência represente um retrocesso significativo no apoio corporativo às causas LGBTQIA+ globalmente.