Mulher trans é presa na Flórida por usar banheiro feminino

Uma mulher trans de 20 anos, Marcy Rheintgen, foi presa pela polícia do Capitólio da Flórida após entrar no banheiro feminino para lavar as mãos. O caso marca a primeira detenção sob a lei HB 1521, aprovada em 2023, que proíbe mulheres trans de utilizarem banheiros femininos em espaços públicos.

A HB 1521, também conhecida como “Projeto de Lei de Requisitos de Instalação Baseados em Sexo”, torna crime de invasão de propriedade o uso de banheiros e vestiários que não correspondam ao sexo designado no nascimento.

Uma prisão anunciada

Antes de sua prisão, Marcy Rheintgen notificou as autoridades estaduais por meio de cartas informando que utilizaria um banheiro específico no Capitólio no dia 19 de março como forma de protesto contra a lei. A carta incluía sua fotografia e um apelo direto:

“Eu sei que vocês sabem em seus corações que essa lei é errada e injusta. Eu sei que vocês sabem que pessoas transgênro também são humanas e que não podem nos prender simplesmente por existirmos.”

No dia planejado para o protesto, Rheintgen foi abordada por dois policiais do lado de fora do banheiro. Apesar dos avisos, ela entrou no espaço feminino e foi imediatamente presa.

Consequências e arrependimento

Após sua detenção, Rheintgen declarou que não esperava ser realmente presa e que agora se arrepende de sua decisão. A prisão levanta questões sobre a repressão contra pessoas trans no estado da Flórida e a rigidez das leis anti-LGBTQIA+ implementadas nos últimos anos.

Ativistas LGBTQIA+ denunciam que a HB 1521 é um instrumento de perseguição e exclusão, que coloca a comunidade transgênro em situações de vulnerabilidade e medo.

Impacto da HB 1521 e preocupações futuras

A prisão de Marcy Rheintgen acende um alerta sobre como leis anti-trans estão sendo utilizadas para criminalizar e punir pessoas apenas por exercerem sua identidade de gênero. Organizações de direitos humanos apontam que a legislação da Flórida pode abrir precedentes para medidas semelhantes em outros estados.

Enquanto isso, defensores dos direitos LGBTQIA+ seguem pressionando por uma revisão dessas leis e pela proteção da dignidade e dos direitos das pessoas trans nos EUA.