A morte de William Caseres, de 35 anos, conhecido como a drag queen Alyssa, está sendo tratada como um crime pelas autoridades holandesas. Caseres havia fugido da Venezuela para os Países Baixos dois anos antes, buscando asilo devido ao risco de perseguição em seu país natal. Em novembro de 2024, ele obteve asilo legal, e recentemente conseguiu um visto de residência enquanto iniciava sua adaptação à nova vida. Ele morava em Zaandam, cidade onde foi encontrado morto em 20 de janeiro de 2025.
A polícia local informou que Caseres foi vítima de um crime violento, mas ainda não confirmaram se sua identidade como drag queen teve alguma relação com o ocorrido. Contudo, o presidente da Fundação de Apoio ao Asilo LGBT, Sandro Kortekaas, lamentou profundamente sua morte e expressou o pesar da comunidade LGBTQIA+ nos Países Baixos. Segundo Kortekaas, Caseres estava em um momento de recomeço, após ter superado inúmeras dificuldades e conseguido um emprego em um hotel apenas uma semana antes de sua morte. Ele também destacou o talento extraordinário de Caseres, reconhecendo suas habilidades excepcionais em maquiagem e performance, que o colocaram entre as melhores drag queens do país.
A violência e discriminação contra solicitantes de asilo têm se mostrado crescentes na Holanda, com 832 relatos de incidentes registrados em 2024. Kortekaas lamentou o trágico falecimento de Caseres como um reflexo da luta contínua pela liberdade e aceitação, ressaltando que a morte de uma pessoa tão talentosa e resiliente é um golpe para a comunidade LGBTQIA+.
De acordo com o Observatório Venezuelano de Violências LGTBI, a situação na Venezuela continua sendo grave, com pelo menos 68 mulheres LGBTQIA+ sendo vítimas de discriminação ou violência entre janeiro e novembro de 2024. A morte de Caseres também trouxe à tona a urgente necessidade de uma proteção mais robusta para as comunidades LGBTQIA+, especialmente para aqueles que buscam asilo devido à perseguição em seus países de origem.
Para apoiar a família de Caseres, uma campanha de arrecadação de fundos foi iniciada para ajudar sua irmã, que atualmente reside na Colômbia, a viajar para os Países Baixos para identificar o corpo do irmão. A morte de William Caseres reforça a luta pela segurança, dignidade e aceitação da comunidade LGBTQIA+ ao redor do mundo. A situação revela ainda a importância da proteção e respeito aos direitos humanos para aqueles que, como Caseres, buscam um novo começo longe da perseguição e da violência.