Esporte feminino em xeque com novas regras sobre atletas trans

Esporte feminino em xeque com novas regras sobre atletas trans

Nos últimos anos, o esporte internacional vive uma encruzilhada tensa entre inclusão e equidade. Com foco nas competições femininas, diversas federações vêm adotando regras mais rígidas para a participação de atletas trans, especialmente aquelas que passaram pela puberdade masculina antes da transição.

A justificativa central gira em torno das vantagens fisiológicas que permanecem mesmo após a terapia hormonal. Densidade óssea, massa muscular e capacidade pulmonar adquiridas durante a puberdade masculina são citadas como fatores que criam um desequilíbrio competitivo em relação às atletas cisgênero.

Transição antes da puberdade: critério decisivo

A nova exigência que começa a se consolidar nas principais federações esportivas é que a transição de gênero ocorra antes da puberdade masculina. A medida, considerada extrema por alguns, é defendida como uma forma de respeitar a integridade física das disputas femininas.

Especialistas apontam que bloqueadores hormonais não são suficientes para anular completamente os efeitos da puberdade masculina. O argumento de que apenas a testosterona define o desempenho esportivo está sendo amplamente refutado, com base em estudos sobre performance e fisiologia.

Casos emblemáticos e a resposta das federações

O caso da jogadora brasileira Tifanny Abreu, que competia em ligas masculinas antes da transição e passou a se destacar intensamente nas competições femininas, reacendeu o debate. Sua presença gerou polêmica ao expor o quanto características físicas adquiridas antes da transição podem impactar o desempenho em quadra.

Outro exemplo é o da ciclista canadense Rachel McKinnon, que venceu títulos mundiais e foi criticada por competir com atletas cisgênero em condições fisiológicas desiguais. Esses episódios levantaram a seguinte pergunta: é justo competir com vantagens que não podem ser revertidas apenas com hormônios?

Esporte precisa de critérios claros e realistas

As federações, diante desse cenário, vêm afirmando a necessidade de preservar a justiça esportiva. A ideia de que a biologia deve ser levada em conta, e não apenas a identidade de gênero, está ganhando força como uma tentativa de proteger o espaço conquistado por mulheres cisgênero nas competições femininas.

Em nome da equidade, muitos defendem que as regras considerem a realidade fisiológica e não apenas os avanços da inclusão. Isso não significa excluir pessoas trans do esporte, mas sim buscar um equilíbrio que respeite tanto a identidade quanto a integridade das modalidades.

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