Na madrugada desta quarta-feira (5), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi homenageada com o título de Cidadã Honorária do Rio de Janeiro. A honraria foi concedida logo após sua participação no desfile da Paraíso do Tuiuti, na Marquês de Sapucaí, onde ela integrou a comissão de frente da escola de samba.
A homenagem foi oficializada por meio de um decreto legislativo, proposto pela vereadora Thais Ferreira (PSOL-RJ). O reconhecimento destaca a importância da atuação de Erika Hilton na defesa dos direitos da população LGBTQIA+, das pessoas negras e da população periférica.
O desfile da Paraíso do Tuiuti trouxe para a avenida o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, uma homenagem a Xica Manicongo, reconhecida como a primeira travesti do Brasil. A história de Xica remonta ao período colonial, quando foi trazida ao Brasil como escravizada e desafiou as normas de gênero da época.
A comissão de frente, da qual Erika Hilton fez parte, foi composta por 15 mulheres trans, representando a resistência e a luta por igualdade. A presença da deputada no desfile reforçou a importância da visibilidade e da representatividade trans no Carnaval e na sociedade.
O título de Cidadã Honorária do Rio de Janeiro é concedido a pessoas que, mesmo não sendo naturais da cidade, contribuem de maneira significativa para o desenvolvimento e a cultura carioca.
Para Thais Ferreira, autora da proposta, essa homenagem reconhece a trajetória política e social de Erika Hilton e destaca a necessidade de reparação histórica para a comunidade LGBTQIA+.
Segundo a assessoria da deputada, a honraria simboliza “um reconhecimento importante, pois homenageia uma mulher trans que tem pautado os direitos da população LGBTQIA+”.
Antes de desfilar na Sapucaí, Erika Hilton compartilhou sua emoção ao receber a homenagem e destacou sua conexão com a cidade do Rio de Janeiro.
“Eu tenho uma história muito bonita com o Rio de Janeiro. Essa é a nossa noite. É uma noite de deixar de lado, por algum instante, o preconceito, o ódio, as dores que compõem a nossa história e lembrar que nós estamos aqui, vivas, celebrando.”
A entrega do título na avenida mais famosa do Carnaval carioca reforça a luta por direitos e igualdade, mostrando que a cultura e a política caminham juntas na construção de uma sociedade mais inclusiva.