Um novo projeto de lei gerou controvérsia em Catanduva. O vereador Pastor Júlio Zanini (PSD) apresentou o Projeto de Lei 05/2025, visando proibir a participação de crianças e adolescentes na Parada do Orgulho LGBTQIA+ da cidade. A proposta ainda não foi votada, mas provocou uma forte reação do Conselho Municipal dos Direitos LGBTQIA+.
O Conselho Municipal dos Direitos LGBTQIA+, presidido por Beatriz Rodrigues da Silva, emitiu uma nota de repúdio contra a proposta. Na nota, o Conselho argumenta que a medida fere os direitos garantidos pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), classificando o projeto como uma tentativa de restringir a liberdade individual e a inclusão. A nota destaca ainda que a Parada do Orgulho LGBTQIA+ é um evento democrático, que promove o respeito à diversidade e à igualdade de direitos.
Além disso, o Conselho afirma que a proposta representa uma exclusão social, que vai contra os princípios de uma sociedade justa e inclusiva, e defende o respeito ao papel das famílias na educação dos filhos.
Em resposta, Pastor Júlio Zanini criticou o Conselho LGBTQIA+, classificando-o como um grupo político-ideológico. Segundo o vereador, sua intenção não é acabar com o movimento LGBTQIA+, mas sim proteger as crianças, argumentando que a Parada do Orgulho LGBTQIA+ não é um ambiente adequado para menores. O vereador mencionou o uso de drogas, bebidas alcoólicas e a exposição do corpo como elementos negativos do evento que justificariam a sua proibição.
Júlio também afirmou que a família brasileira, em especial a comunidade cristã, tem sido desrespeitada pelas ações do movimento LGBTQIA+, e que sua preocupação é com a preservação dos valores familiares.
Esse projeto gerou um intenso debate na cidade, refletindo um conflito entre a inclusão e os valores defendidos por diferentes grupos da sociedade. O embate também traz à tona a discussão sobre como os direitos da comunidade LGBTQIA+ são tratados em relação à proteção das crianças e os limites da liberdade individual.