DPU recomenda protocolo para alistamento de pessoas trans no Exército

DPU recomenda protocolo para alistamento de pessoas trans no Exército

Pedido formal ao Exército quer garantir respeito no alistamento de pessoas trans

No dia 7 de maio de 2025, a Defensoria Pública da União (DPU) enviou uma recomendação formal ao comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva, pedindo a criação de um protocolo específico para o alistamento militar de pessoas trans. A medida visa combater situações de desrespeito, preconceito e constrangimento enfrentadas por pessoas trans durante o serviço obrigatório.

A iniciativa surge após um caso ocorrido em Maceió (AL), onde um homem trans relatou ter sido forçado a se despir diante de outros candidatos, mesmo após manifestar desconforto com a situação. O episódio expôs uma grave falha na forma como o Exército tem tratado a questão da identidade de gênero nos processos de alistamento.

Propostas da Defensoria buscam humanizar o serviço militar

O documento da DPU foi elaborado por integrantes do Grupo de Trabalho LGBTQIA+ da instituição e propõe medidas práticas para garantir o respeito à dignidade de pessoas trans durante o processo de alistamento. Entre as principais sugestões estão:

  • Registro do nome social desde o primeiro contato com a Junta de Serviço Militar;

  • Estabelecimento de regras claras para garantir privacidade durante avaliações físicas e médicas;

  • Possibilidade de escolha do gênero do profissional de saúde que realizará o atendimento;

  • Criação de ações educativas e de sensibilização para militares envolvidos no processo de seleção;

  • Implantação de um canal permanente para denúncias de violações, com sigilo garantido e mecanismos de apuração eficazes.

Protocolo já previsto regionalmente, mas sem aplicação plena

A Defensoria também destacou que, embora o plano de convocação da 7ª Região Militar já preveja orientações voltadas ao respeito à população LGBTQIA+, como o uso do nome social e a proibição de condutas constrangedoras, essas normas ainda não vêm sendo integralmente cumpridas em todas as unidades.

Exército tem prazo para responder

A recomendação oficial estabelece que o Exército deve se manifestar em até 15 dias sobre o acolhimento ou não das propostas. O objetivo é assegurar que o alistamento militar cumpra sua função constitucional sem violar os direitos humanos de pessoas trans, garantindo um tratamento igualitário, individualizado e humanizado.

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