Ceará estreia na Quinzena de Cineastas em Cannes com quatro curtas que conectam o Brasil ao mundo

Ceará estreia na Quinzena de Cineastas em Cannes com quatro curtas que conectam o Brasil ao mundo

O Ceará está pronto para brilhar no cenário mundial do cinema. No dia 14 de maio de 2025, o estado inaugura a prestigiada Quinzena de Cineastas, mostra paralela ao Festival de Cannes, com quatro curtas-metragens produzidos no projeto Directors’ Factory Ceará Brasil. A iniciativa, inédita no país, é um marco no fortalecimento do audiovisual nordestino e um convite ao mundo para ouvir novas vozes e narrativas vindas do Brasil profundo.

Quatro filmes, quatro encontros culturais

As obras são resultado da colaboração entre jovens cineastas do Norte e Nordeste do Brasil com realizadores de Cuba, Portugal, França e Israel. Todas as produções foram realizadas em Fortaleza e envolvem mais de 100 profissionais do audiovisual cearense, mostrando o potencial técnico e criativo da região.

Confira os curtas selecionados:

  • A Fera do Mangue, de Wara (Ceará) e Sivan Noam Shimon (Israel)

  • A Vaqueira, a Dançarina e o Porco, de Stella Carneiro (Alagoas) e Ary Zara (Portugal)

  • Ponto Cego, de Luciana Vieira (Ceará) e Marcel Beltrán (Cuba)

  • Como Ler o Vento, de Bernardo Ale Abinader (Amazonas) e Sharon Hakim (França)

Além da estreia mundial, os diretores participam de eventos de pitching e reuniões de coprodução na Plage de la Quinzaine, com o objetivo de apresentar seus futuros projetos de longa-metragem para o mercado internacional.

Formação como estratégia de internacionalização

O programa Directors’ Factory, com histórico em países como Dinamarca, África do Sul e Finlândia, chega ao Brasil com apoio do Governo do Ceará. Sob a mentoria do cineasta cearense Karim Aïnouz, o projeto insere jovens talentos em um circuito global de coprodução e inovação narrativa.

Karim, que já disputou a Palma de Ouro com o longa Motel Destino, também gravado no Ceará, atua há mais de uma década como mentor no laboratório de roteiros CENA-15, na escola pública Porto Iracema das Artes. Sua trajetória reafirma o impacto da formação continuada no fortalecimento do setor audiovisual.

Audiovisual como motor de desenvolvimento

A Secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, destaca que a presença na Quinzena de Cineastas reflete a efetividade das políticas públicas voltadas para a formação e valorização da cultura regional. “É resultado direto da força criativa dos nossos artistas e da constância das ações de Estado que visam consolidar o audiovisual como setor estratégico”, afirma.

Tiago Santana, do Instituto Mirante de Cultura e Arte, reforça que os investimentos em audiovisual são mais do que economia: são memória, identidade e futuro. E o Ceará está investindo pesado nisso.

Um novo polo audiovisual no Brasil

Nos últimos anos, o Ceará se consolidou como uma potência emergente na produção audiovisual. Em 2024, o estado teve sete filmes em cartaz simultaneamente no circuito nacional — um feito inédito fora do eixo Rio-São Paulo. Entre eles, destacam-se A Filha do Palhaço, Greice, Vermelho Monet e o já citado Motel Destino.

Através do CENA-15, mais de 120 roteiristas foram formados e mais de R$ 18 milhões foram captados para a produção de filmes e séries, evidenciando o impacto direto dos programas de formação na criação de obras autorais com alto valor estético e narrativo.

O MIS-CE como símbolo do futuro

Outro destaque é o Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE), reaberto em 2022 e hoje considerado um dos mais tecnológicos da América do Sul. Sua sala imersiva 360º, aliada a ações de digitalização e restauro, coloca o estado na vanguarda da preservação e inovação cultural.

O espaço não só abriga a memória audiovisual, mas serve de incubadora para novas produções, com editais próprios e apoio direto à difusão do cinema feito no Ceará.

Brasil-França 2025: conexões que transformam

A participação do projeto Directors’ Factory Ceará Brasil integra a programação oficial do Ano Cultural Brasil-França 2025, conectando os dois países em torno da criação, da diversidade e da troca simbólica. O momento é histórico e estratégico: o Ceará não apenas participa, ele lidera essa nova fase de internacionalização do cinema brasileiro.

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