Ativistas LGBTQIA+ detidas pelo Talibã no Afeganistão enfrentam risco de execução

Ativistas LGBTQIA+ Detidas pelo Talibã no Afeganistão Enfrentam Risco de Execução

As ativistas LGBTQIA+ afegãs Maryam Ravish, de 19 anos, e Maeve Alcina Pieescu, de 23 anos, foram detidas pelo Talibã em Cabul enquanto tentavam fugir para o Irã. A detenção ocorreu no aeroporto, quando ambas se preparavam para embarcar em um voo da Mahan Airlines para Teerã, acompanhadas por Parwen Hussaini, parceira de Maryam. A operação de fuga foi organizada com o apoio da Roshaniya, uma rede de apoio LGBTQIA+ no Afeganistão. No entanto, antes de conseguirem deixar o país, Maryam e Maeve foram interceptadas pelas autoridades talibãs, que revistaram seus celulares e encontraram conteúdo relacionado à comunidade LGBTQIA+.

Preocupações com a segurança das detidas

Nemat Sadat, CEO da Roshaniya, expressou profunda preocupação com a situação das ativistas:

“Maeve e Maryam foram espancadas pelo Talibã. Espera-se que sejam torturadas para revelar os nomes de outros membros da comunidade LGBTQIA+ e condenadas a uma longa pena de prisão ou possivelmente executadas.”

Parwen Hussaini, que conseguiu chegar ao Irã, relatou que ambas estão sendo mantidas em cativeiro e sofreram agressões severas. Ela apelou para que organizações de direitos humanos intervenham e salvem suas companheiras do perigo iminente.

Contexto legal e riscos enfrentados

A interpretação da lei Sharia pelo Talibã considera a homossexualidade um crime passível de punições extremas, incluindo a pena de morte. Desde que o grupo reassumiu o controle do Afeganistão em 2021, relatos de perseguições, torturas e execuções de pessoas LGBTQIA+ se tornaram cada vez mais frequentes. Além disso, mulheres no país são obrigadas a ter um acompanhante masculino para viajar, refletindo a visão ultraconservadora do Talibã sobre o papel das mulheres na sociedade.

Susan Battaglia, irmã de Maeve Alcina Pieescu que reside nos Estados Unidos, também manifestou angústia com a situação e pediu apoio internacional:

“Minha família no Afeganistão está muito ansiosa com o fato de Maeve ser torturada e morta. Durante o interrogatório do Talibã, Maeve confessou que não é muçulmana e não acredita no Islã. Isso é assustador para nossa família, já que a pena por apostasia, sob a lei da Sharia, é a morte.”

Apelos internacionais por intervenção

A Peter Tatchell Foundation e outras organizações de direitos humanos estão pressionando governos ao redor do mundo para exigir a libertação imediata de Maryam e Maeve. O caso evidencia os perigos enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ no Afeganistão e a necessidade de ação rápida para garantir a segurança dessas ativistas.

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