A Universidade Estadual de Londrina (UEL) será palco da última edição presencial da oficina “Escrita e Cura” em 2025, com inscrições já abertas e participação gratuita. O projeto é voltado exclusivamente para mulheres cis e trans, promovendo um espaço seguro de escuta e criação literária, onde a palavra se torna instrumento de transformação.
Sob a condução da jornalista, escritora e pesquisadora Layse Barnabé de Moraes, a atividade ocorre nos dias 19, 21, 26 e 28 de maio e 2 e 4 de junho, sempre às segundas e quartas-feiras, das 14h às 17h30, no Centro de Letras e Ciências Humanas da UEL. As vagas são limitadas, com prioridade para o público interno da universidade — alunas, professoras e funcionárias. Caso sobrem vagas, o público externo inscrito poderá ser contemplado.
A proposta da oficina ultrapassa o exercício técnico da escrita criativa. O foco está na construção coletiva de narrativas a partir das vivências das participantes — reais ou ficcionais —, usando a literatura escrita por mulheres como ponto de partida para reflexões e processos de cura.
“A cura aqui não é vista como fim, mas como travessia. É a escrita como possibilidade de cuidado, transformação e responsabilidade com as próprias histórias, sejam elas reais ou inventadas”, destaca Layse.
Com referências a autoras como Virginia Woolf e Audre Lorde, o projeto parte da ideia de que escrever é um direito e um ato de resistência. A palavra, neste contexto, assume um papel de acolhimento, emancipação e enfrentamento das dores coletivas e individuais das mulheres participantes.
Layse Barnabé de Moraes é doutora em Letras pela UEL, onde defendeu em 2022 sua tese sobre a poética da cura na literatura contemporânea escrita por mulheres. É também mestra em Estudos Literários e jornalista, com ampla atuação na área da escrita literária.
Desde 2015, ministra oficinas que dialogam com o afeto e a escuta como elementos centrais da criação. É autora de livros como o e-book Pequeno manual de escrita afetiva e do livro de poesia Molhados & Escorregadios (2023), além de organizadora da coletânea Uma vontade enorme de gritar.
A oficina “Escrita e Cura” nasceu diretamente de sua pesquisa acadêmica e, desde então, percorre diferentes formatos, sempre com foco na escuta, na partilha e na palavra como ferramenta de resistência e cuidado.