Ferdinnande ocupa o Espaço Cultural de João Pessoa com arte e emoção

Ferdinnande ocupa o Espaço Cultural de João Pessoa com arte e emoção

A partir do dia 16 de abril de 2025, o Espaço Expositivo Alice Vinagre, no mezanino 2 do Espaço Cultural da Paraíba, abre suas portas para uma experiência que vai muito além da contemplação estética. A exposição “Procurei Amor no Vazio e Encontrei Eco de Mim Mesma”, da artista Ferdinnande, oferece um mergulho profundo nos afetos, traumas e ressignificações que atravessam corpos dissidentes.

Com entrada gratuita e visitação aberta até o dia 23 de maio de 2025, a mostra se impõe como um rito sensível de escuta e de afirmação. Aberta ao público de segunda a sábado, das 7h às 22h, e aos domingos e feriados das 8h às 20h, a exposição propõe um diálogo franco entre arte, espiritualidade e vivência queer.

Uma artista que transforma o íntimo em manifesto

Ferdinnande, ou simplesmente Ferdi, é uma artista trans não-binárie cujo trabalho reverbera nos campos da fotografia, pintura, desenho e técnicas têxteis. Sua produção não se limita ao gesto estético — ela cria um campo de acolhimento e resistência. É arte que nasce do caos interior, dos conflitos familiares, das tensões sociais, e se ergue como um testemunho potente de quem ousa existir fora das molduras impostas.

Em sua trajetória, Ferdi encara a sexualidade, as relações humanas e o autodescobrimento como trilhas de um mesmo caminho. Suas obras, de forte caráter autobiográfico, desafiam normas de gênero e reverenciam o sagrado cotidiano de quem busca pertencimento.

Quando o corpo se torna oráculo

As obras da mostra são fragmentos vivos de uma memória reimaginada. Em telas, objetos e traços, a artista convoca sua infância, os ecos dos dogmas religiosos, os afetos silenciados e os desejos ainda não respondidos. Não há concessão: Ferdi não poupa a própria história, tampouco espera respostas prontas do espectador.

O corpo que habita suas criações, ora ferido pelo olhar normativo, ora expansivo em sua autonomia, questiona: quem somos quando deixamos de querer aprovação externa? O amor, a fé e o pertencimento, nessa narrativa visual, não vêm de fora — brotam da reconexão consigo.

Intimidade, identidade e espiritualidade em colisão poética

“Procurei Amor no Vazio e Encontrei Eco de Mim Mesma” é mais do que uma exposição: é um altar, um diário, um espelho partido onde cada caco ainda reflete beleza. Entre a autoficção e a documentação, a artista abre uma brecha onde arte e espiritualidade se encontram.

Cada obra se apresenta como testemunho, oferenda, pedido e resposta. Não há respostas absolutas — há ecos, ruídos, pulsações. E nesse labirinto emocional, Ferdi convida o público a escutar não apenas sua história, mas também a própria voz interior.

Serviço

Exposição: Procurei Amor no Vazio e Encontrei Eco de Mim Mesma
Artista: Ferdinnande
Abertura: Quarta-feira, 16 de abril de 2025, às 19h
Visitação: Até 23 de maio de 2025
Local: Espaço Expositivo Alice Vinagre – Funesc – Rampa 1 – Mezanino 2
Entrada gratuita

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