Corufest 2025 celebra arte e resistência LGBTQIA+ em A Coruña

Entre os dias 8 e 18 de maio, a cidade de A Coruña, na Galícia, será palco da oitava edição do Corufest — um festival vibrante e comprometido com a celebração da diversidade afetiva e sexual. Com o lema “um festival queer, livre e diverso”, a programação de 2025 traz mais de quinze eventos que combinam arte, ativismo, música, literatura e performance para explorar e celebrar as identidades LGBTQIA+.

A programação inclui exposições, peças teatrais, shows, encontros com escritores e ativistas, além de ações educativas voltadas para escolas e oficinas de criação. O festival contará com o apoio da Câmara Municipal da Corunha e será realizado em diversos espaços culturais da cidade.

Abertura com arte crítica e homenagem à luta por visibilidade

A abertura do Corufest acontece na quinta-feira, 8 de maio, às 19h, com a exposição “Inevitável”, na Casa-Museu Casares Quiroga. A mostra apresenta uma releitura potente da bandeira LGBTQIA+, feita por usuários da Oficina Daulloa, de Monterroso (Lugo), e propõe uma crítica social sobre liberdade sexual e de gênero através de 13 cenas impactantes.

Na sexta-feira, 9 de maio, o Centro Ágora recebe a Gala Inaugural, às 20h30, com performance da drag queen e monóloga Muna Duval, além do show da dupla galega Abril, que une folclore e contemporaneidade. Durante o evento, a Associação ALAS A Coruña será homenageada com o Reconhecimento Samuel Luiz por seu trabalho em prol da visibilidade e dos direitos LGBTQIA+.

Identidade, memória e novas narrativas

O sábado, 10 de maio, terá programação intensa. Pela manhã, às 12h, o Galgo Azul sediará um bate-papo com o ativista palestino Murad Odeh, além do lançamento do livro “Vida e legado de Pedro Zerolo”, de Miguel A. Fernández. À noite, a festa oficial do Corufest 2025 tomará conta do pub Claro Boba, com show de drag queens.

No domingo, 11 de maio, o Teatro Rosalía Castro recebe o espetáculo “Falar é inútil. De nada”, protagonizado por Bob Pop e Daniel Bayona. A obra mergulha nas fragilidades humanas com lirismo e acidez, falando sobre sexo, corpo, amor e vulnerabilidade.

Cultura, educação e ativismo para todas as idades

A quarta-feira, 14 de maio, será dedicada ao público escolar, com a peça “caLORCAlor” no Teatro Colón às 12h. À tarde, o Centro Cívico Cidade Vella será palco de um encontro artístico com o grupo TRC Danza e os criadores Pablo Lilienfeld e Federico Vladimir, discutindo a peça “Mónica”.

Na quinta-feira, 15 de maio, o destaque será a apresentação do catálogo “Propostas artísticas para uma nova arquitetura social”, com César Espada, Petra Iglesias e Julio del Valle de Íscar, diretor-geral da Igualdade LGBTQIA+. À noite, o Centro Ágora apresenta “Hermafroditas a cavalo ou a rebelião do desejo”, uma poderosa encenação sobre intersexualidades, criada pelo coletivo Que No Salga de Aquí.

Criação e visibilidade em foco

Na sexta-feira, 16 de maio, acontece o primeiro Encontro de Criadores LGBTQIA+ no Blue Greyhound, às 12h, promovendo diálogo e troca de experiências. Mais tarde, o Teatro Rosalía acolhe novamente a peça “Mónica”, que reflete sobre memória, ancestralidade e figuras maternas.

No sábado, 17 de maio — Dia da Literatura Galega e Dia Internacional contra a LGBTQIA+fobia —, o Galgo Azul sedia o Vermute Corufest com o lançamento do livro “O centro Voando”, de Ánxela Lema, seguido de show de Sophie Simonds.

Encerramento com foco em saúde sexual e performance

O domingo, 18 de maio, encerra o festival com uma abordagem urgente: o chemsex. Pela manhã, o político Eduardo Rubiño e o coletivo CASCO promovem um debate com a equipe da peça “El Gé”, que será apresentada no Teatro Colón às 20h30.

Durante os dias 15 a 17 de maio, o ator e diretor Pablo Messiez comandará a oficina “Do meu jeito não é como estou acostumado”, voltada para investigação cênica com base nas divas da música. As vagas são limitadas e destinadas a quem deseja explorar corpo, movimento e expressão artística.