Trump bloqueia verba de universidade por polêmica com atleta trans

O governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão de repasses federais para a Universidade da Pensilvânia (Penn), totalizando aproximadamente US$ 175 milhões (cerca de R$ 1 bilhão). A medida foi tomada após a recente ordem executiva que proíbe atletas transgênero de competirem em categorias femininas, refletindo a postura da administração Trump sobre identidade de gênero nos esportes.

Segundo informações oficiais, a decisão foi influenciada pela participação da nadadora Lia Thomas, atleta transgînero que competiu pela equipe feminina da Penn. A Casa Branca declarou que a medida se baseia em “políticas da universidade que forçam as mulheres a competir com os homens nos esportes”.

Investigação e resposta da universidade

A Universidade da Pensilvânia respondeu informando que não recebeu nenhuma notificação oficial sobre o corte dos recursos, mas reforçou que está em total conformidade com as regras da NCAA e da Ivy League, organizações responsáveis pelos torneios universitários nos EUA.

Essa não é a primeira vez que uma universidade da Ivy League é alvo da administração Trump. No início de março, foram suspensos US$ 400 milhões em contratos e bolsas para a Universidade de Columbia, sob acusações de que a instituição não estaria combatendo o antissemitismo em seu campus.

Impacto e possíveis novos cortes

A suspensão do financiamento da Penn foi descrita como uma “ação proativa” para revisar os fluxos de financiamento discricionários. Isso indica que novas suspensões podem ocorrer, atingindo outras universidades e organizações esportivas que permitam a participação de atletas transgénero. Algumas instituições já estão na mira da administração, incluindo:

• Equipe de vôlei da Universidade de San Jose State
• Associação Interescolar Atlética de Massachusetts

A medida também pode impactar recursos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e do Departamento de Defesa, ampliando as repercussões para outras áreas além da educação.

O debate sobre atletas transgénero no esporte

A polêmica sobre a participação de atletas transgênero em categorias femininas ganhou ainda mais força após a vitória de Lia Thomas em um campeonato universitário de natação em 2022. Enquanto setores conservadores afirmam que a presença de atletas trans compromete a justiça competitiva, grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+ defendem que impedir sua participação é um ato discriminatório e viola direitos civis.

O que esperar para o futuro?

A decisão de suspender os repasses financeiros para a Penn demonstra que Trump pretende endurecer suas políticas sobre identidade de gênero no esporte. Caso esse padrão se mantenha, outras universidades podem ser forçadas a rever suas diretrizes para evitar sanções.

Por outro lado, grupos de direitos humanos prometem recorrer à Justiça contra tais medidas, alegando que ferem princípios de inclusão e equidade. A polêmica deve continuar e se tornar tema central na política americana nos próximos meses.